Pesquisa sobre coco de licuri beneficia população de Caldeirão Grande

Desenvolvida com R$ 140 mil investidos pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), uma experiência bem-sucedida com o coco de licuri está beneficiando a população de Caldeirão Grande, município a 360 km de Salvador, que há muito tempo tinha o hábito de usar o fruto em suas receitas, mas não dava valor ao produto, por achar que tinha baixo valor nutricional.
Depois que um grupo de pesquisadores começou a fazer levantamentos sobre o licuri e mostrar à comunidade a quantidade de cálcio, ferro, zinco e outros nutrientes que havia na polpa e na amêndoa, as pessoas passaram a valorizar o produto regional.
A pesquisa integrou a Mostra Baiana de Projetos Inovadores para o Semi-Árido, durante o Simpósio Internacional de Inovação e Feira de Tecnologia (BahiaTec). De acordo com a doutora em Química e pesquisadora Djane Santiago, um dos destaques foi o desenvolvimento de uma barra de cereais para ser incorporada ao cardápio da merenda escolar. O produto já foi patenteado. “Vamos entrar na fase da transferência de tecnologia para contribuir com o desenvolvimento socioeconomico da comunidade. Temos também bons resultados experimentais com conserva de licuri e com a amêndoa revestida com açúcar, chocolate e sal”, destaca. O público do BahiaTec pôde conhecer todos os produtos já criados a partir do coco de licuri.
O licuri é bastante usado na alimentação do gado, mas há uma grande área de mata fechada da planta. Os pesquisadores querem elaborar, agora, um plano de manejo para que coletores dos frutos passem a retirar os cocos de licuri das árvores. Hoje, dos 13 mil habitantes de Caldeirão Grande, 45% vivem da extração do coco, a maioria formada por mulheres. “Quando começamos o processo de sensibilização, cada quilo da amêndoa era vendido a R$ 0,30. Agora, a cotação já está em R$ 1,10. Assim que implantarmos a agroindústria o desenvolvimento será ainda maior”, afirma Djane Santiago.
História
Os primeiros registros de atividade extrativa do licuri, também conhecido como nicuri ou ouricuri, datam de 1915. Na época, mulheres e crianças quebravam o coco com as mãos. Noventa anos depois, os pesquisadores encontraram um quadro com poucas mudanças. Não havia maquinário específico para a quebra do fruto e o trabalho era exaustivo.
Os principais usos na culinária para o licuri são com o leite de coco, que substitui a versão tradicional, e também com o óleo. Com um sabor bastante característico, ele é usado para temperar carnes, aves e caças. Dez máquinas de quebra estão instaladas em associações e são usadas pelos coletores.

Agecom - Assessoria Geral de Comunicação Social do Governo do Estado da Bahia

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