Estudantes se reuniram na Estação da Lapa nesta quinta-feira (21)
Representantes dos movimentos estudantis e sociais realizaram, nesta quinta-feira (21), protestos em diversas cidades brasileiras contra o aumento da tarifa dos ônibus. Em Salvador, a manifestação aconteceu na Estação da Lapa. O grupo proveu uma panfletagem mobilizando a população para o debate sobre qualidade dos ônibus na cidade. Com megafones, os estudantes batizaram o protesto de “Que tarifa é essa, papai”.
“É abusivo o aumento da tarifa que visa apenas o lucro. A prefeitura não está preocupada em melhorar a frota, a qualidade do transporte e nem se preocupa com a população. Aumentar 10% o valor da passagem sem trazer nenhum benefício para a população? Nós queremos mobilizar a população para mostrar que todos estão descontentes com o preço”, declarou Ralph Oliveira, representante do coletivo “Para Todos”, entidade estudantil da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Desde o dia 2 de janeiro, os passageiros passaram a pagar R$ 3,30 pela tarifa nos ônibus e metrô. O reajuste de 10% também foi ponto de reclamação dos estudantes. “O valor passou de R$ 3,00 para 3,30, o metrô começou a ser cobrado e nós não temos um sistema de integração que funcione. Quem chega aqui na Lapa de metrô só tem três linhas possíveis, com apenas sete ônibus, para fazer a integração e todas para a Barra. Que tipo de integração é essa que é preciso pagar nova tarifa para ir a outros pontos da cidade?”, questionou Edinilson Pires, da União dos Usuários do Transporte Público.
Os movimentos estudantis planejam realizar um novo ato no mês de março, após o retorno dos estudantes de escolas municipais e estaduais às aulas. “Esse é o primeiro passo de uma série de manifestações que pretendemos fazer. Nós iniciaremos articulações para mobilizar os estudantes secundaristas e fazer um grande ato no mês de março”, concluiu Pires.
Uma das principais bandeiras dos movimentos, a gratuidade no transporte para estudantes voltou a entrar em pauta durante o ato desta sexta-feira. “Após os protestos que tiveram grande força aqui em Salvador, como a Revolta do Buzu [protesto realizado em 2003], cidades como São Paulo, Recife e Teixeira de Freitas, aqui na Bahia, garantiram o direito de ir e vir dos estudantes. Na capital paulista, eles têm direito a 10 passagens, oito de ônibus e duas de metrô. Precisamos voltar a cobrar a prefeitura de Salvador, que se mantém rígida nessa questão, o passe livre estudantil’, afirmou Rafaela Alencar, presidente da União Soteropolitana dos Estudantes Secundaristas, entidade ligada a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).
Os estudantes reclamaram a resistência da prefeitura de Salvador em discutir com os movimentos as questões do transporte público e ouvir as revindicações dos passageiros. “A prefeitura se nega a nos ouvir. Hoje continuaremos o recolhimento de assinaturas do abaixo-assinado que levaremos a Câmara Municipal para mostrar o descontentamento com o transporte em Salvador e o repúdio ao aumento das tarifas sem que melhorias sejam feitas para os usuários”, revelou Rafaela. Por: varelanoticias
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