TEMER INVOCA SEGURANÇA NACIONAL E BARRA PROTESTO



Com centenas de manifestantes do MTST na vizinhança, presidente interino antecipou a volta a Brasília neste domingo (22); o grupo de sem teto, descontente com os cortes no programa Minha Casa, Minha vida, estava concentrado no Largo da Batata com o objetivo de chegar à casa de Temer em Pinheiros; grande contingente policial, no entanto, determinou o fechamento do acesso das ruas próximas à casa dele alegando tratar-se de um perímetro de segurança nacional; “Acho curioso invocarem a segurança nacional para barrar os manifestantes. Fazia tempo que isso não acontecia", disse Guilherme Boulos, coordenador do MTST, relacionando o episódio a uma prática comum no regime militar; desde que chegou à presidência provisória, Temer não colocou os pés na rua.


O presidente interino Michel Temer deixou sua residência em São Paulo neste domingo (22), por volta de 14h50, e antecipou seu retorno para Brasília para escapar de uma manifestação organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Guilherme Boulos, líder do agrupamento, disse que objetivo dos manifestantes concentrados no Largo da Batata era chegar à casa de presidente em exercício, cujo perímetro foi isolado pela polícia. O grupo protestava pelos cortes anunciados no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, mas mas foi barrado pela polícia sob alegação de que se tratava de um perímetro de segurança nacional.

A equipe de segurança de Temer determinou o fechamento do acesso das ruas próximas a casa dele, no Alto de Pinheiros. Os moradores da região que tentavam passar região eram informados de que se tratava de um "perímetro de Segurança Nacional".

"O nosso objetivo é chegar à casa dele. Acho curioso invocarem a Segurança Nacional para barrar os manifestantes. Fazia tempo que isso não acontecia", disse Boulos, que também é um dos coordenadores da frente Povo Sem Medo. Um dos motivos do protesto, diz Boulos, foi a decisão do governo interino de suspender novas contratações do programa Minha Casa, Minha Vida. "A primeira vítima desse governo que, nós não reconhecemos como legítimo, é o Minha Casa, Minha Vida. Cortaram 11.200 unidades contratadas e anunciaram a suspensão do programa", disse Boulos ao Estadão.

Temendo as manifestações que se confirmaram, o presidente interino ficou ilhado em São Paulo. As ruas foram fechadas logo cedo.

A principal delas era o ato da Frente Povo Sem Medo no Largo da Batata que seguiria até a residência de Temer. A zona oeste da cidade, onde Term reside, foi palco de diversas manifestações contra o governo nos últimos dias.

Mais protestos
Outro protesto contra Temer aconteceu no centro do Rio de Janeiro na manhã deste domingo. O ato foi marcado para hoje porque o presidente interino participaria da inauguração do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na capital, que foi adiada para o dia 5 de junho. A concentração foi às 10h na Candelária. Manifestantes usam camisa com a frase: 'Lutar sempre, Temer jamais'.

Em todo o País, o governo provisório tem sido alvo de protestos, que focaram, recentemente, na crítica contra o fim do Ministério da Cultura. Diante de dezenas de ocupações em diversas cidades, o governo recuou e recriou o ministério – que funcionaria com status de Secretaria, subordinada ao ministério da Educação.

Neste sábado 21, os shows da Virada Cultural na capital paulista, como de Ney Matogrosso e Alcione, foram marcados por gritos de "Fora, Temer" e cartazes de "Temer jamais". Diversas outras apresentações do evento tiveram o mesmo clima político, tanto no palco quanto por parte do público.

Em 11 dias de interinidade, Michel Temer ainda não teve nenhuma agenda pública. Por: Brasil247

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