EDUCAÇÃO: Atividades extracurriculares marcam o início do ano letivo da rede estadual

Idealizado e projetado na década de 40 pelo secretário da Educação do governo de Octávio Mangabeira (1947-1950), Anísio Teixeira, o Centro Educacional Carneiro Ribeiro – Escola Parque, localizado na Caixa d’Água, bairro popular de Salvador, foi palco nesta segunda-feira (7) de uma programação especial que marcou o início do ano letivo da rede estadual.

Cerca de 600 estudantes lotaram o teatro da instituição, representando os mais de um milhão de alunos que voltam às aulas. A aula inaugural foi transmitida ao vivo pela TVE e pelo portal da Educação. O evento contou ainda com a participação de artistas baianos, como Moraes Moreira, Margareth Menezes e o compositor Paulo Lima. A prata da casa da rede pública estadual, garimpada em projetos como Tempos de Arte Literária e Festival Anual da Canção Estudantil (Face), apresentou suas performances, sob o olhar atento de autoridades e educadores. A Fanfarra do Colégio Estadual Duque de Caxias e o Coral do Centro de Educação Profissional Newton Sucupira entoaram clássicos da música popular brasileira que movimentaram o centro, voltado à educação em tempo integral.

As atividades fazem parte do movimento Todos pela Escola, que tem como objetivo garantir o direito de aprender. Este ano, o governo comemora os índices de crescimento da educação, como a redução das taxas de abandono dos estudos e o aumento na frequência escolar, que aponta 98,1% para crianças de seis a 14 anos e 84,4% para jovens de 15 a 17 anos. “A educação é prioridade e se manifestou neste governo em investimentos na área, como a recuperação de escolas, construção de novas unidades e elaboração de um plano de carreira, que está sendo executado, com garantia de reajustes salariais acima da inflação. A secretaria se preocupou com a melhoria das práticas pedagógicas e com a capacitação dos professores”, afirmou o secretário da Educação, Osvaldo Barreto.

Para a secretária da Casa Civil, Eva Chiavon, essa conjugação de ações permite o alcance de um estado mais equitativo. Segundo ela, dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), investimentos de 1% em educação potencializam 1,78% no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), bem como influencia nos indicadores que medem a desigualdade. “Com educação conseguimos estimular a criatividade, a inovação e a produtividade na região. Portanto, educação é desenvolvimento”.
Política de educação e segurança pública
A equação educação e segurança pública é avaliada pelo secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, como uma questão indissociável. De acordo com ele, não tem política de segurança pública que não passe por uma parceria com a Secretaria da Educação. “Vamos trazer a polícia para perto da comunidade e fortalecer os mecanismos de proteção, como escola, família e religião”. E disse que com a instalação de bases comunitárias vai contar com a participação da Secretaria da Educação. “A educação é importante para tirar os jovens do caminho do crime”.

Expectativa e planos para o futuro
Mal começou o ano e as cabeças dos estudantes fervilham com as oportunidades de novas atividades extracurriculares e com os planos para o vestibular. Nívea Santana, 18 anos, da Escola Maritá, no Pau Miúdo, acredita que o professor não faz milagre e a estrutura e o ambiente do colégio são essenciais para o aproveitamento em sala de aula. “Não quero fazer parte da estatística dos alunos que passam sem saber nada. O saber dos professores, aliado ao meu interesse, vai fazer com que eu passe em Medicina. Este ano, quero muito aproveitar os cursos da Escola Parque. Vou tentar fazer Dança”, declarou Nívea.

Estudante do Colégio Moisés Buana, de Ilhéus, Alberto Júnior, 16 anos, é um talento das artes plásticas – ele exibiu na cerimônia a obra Fome de Educação, que revela a ânsia pelo conhecimento. “Escolhi retratar uma criança, pois é a primeira fase de todo o ser humano. Essa fome não representa a fome no sentido literal da palavra. Sinto-me lisonjeado pelo reconhecimento”, ressaltou Moisés.

Professora há 30 anos de Artes e pedagoga, Simone Santos, quer uma renovação no ensino. “O fardamento e o material didático foram uma novidade boa, porque lidamos com alunos carentes. Muitos pais não têm condições para fornecer o material adequado ao desenvolvimento dos trabalhos”, observou.

Fonte: Agecom

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